Para alguém que jogou os três primeiros games da franquia Crash Bandicoot várias e várias vezes, a coleção Crash Bandicoot N. Sane Trilogy entrega exatamente o que eu queria. As mecânicas de plataforma, para o melhor e ocasionalmente pior, retém o exigente e punitivo desafio dos originais, mas dessa vez revestido por um moderno e polido visual que faz com que os níveis mais icônicos pareçam recentes.
E assim como a trilogia original da Naughty Dog prendeu a minha atenção anos atrás, o remake da Vicarious Visions deixa novamente aquela coceira de querer coletar todos os cristais, jóias e relíquias. Em grande parte, isso acontece devido ao impecável trabalho técnico do estúdio em manter o game nas origens, enquanto atualiza tudo o que acontece ao redor de uma jogabilidade difícil, mas gratificante.
A mudança para um visual em HD não acontece somente com uma iluminação ou bordas aprimoradas. Todos os três games tem o brilho de um desenho que passa aos sábados de manhã, com as folhas das florestas mais exuberantes, fogo e água mais deslumbrantes e paisagens mais brilhantes -- até os ambientes futuristas são bonitos, algo que eu não esperava.
De uma maneira inteligente, a Vision Vicarious aproveitou o upgrade no visual para trazer melhorias na jogabilidade. Inimigos que anteriormente podem ter sido difíceis de acompanhar agora estão levemente diferentes, isso sem mudar a experiência ou a dificuldade. Posso lembrar da raiva que sentia ao encontrar os assistentes de laboratório com lança-chamas de Cortex Strikes Back ou os lagartos de Warped. Os remakes melhoraram os designs dessas criaturas, de forma que qualquer uma das minhas mortes fossem minha culpa e não do game.
A trilogia está melhor do que nunca, graças a uma atualização em HD para a trilha sonora de Crash, que sempre foi viciante. Embora não existam exatamente as mesmas faixas do jogo original, as novas músicas capturam a alma e energia que tanto marcou uma geração. Mas são os pequenos detalhes que realmente impressionam, como a mudança de som nos passos de Crash enquanto ele muda da areia para o concreto ou os gemidos de Polar misturados com gritos de baleia.